A descrição da alma

Alma...
A expressão da alma é a certeza da vida em espírito, a que nos dá movimentos para circular por entre a vida e as experiências que ela nos proporciona.
É na alma que ficam registrada todas as nossas sensações e aprendizados.
Passamos pela vida sabendo que tudo que nos ocorre nos ensina e nos compele para avançarmos e de um modo natural, procuramos sempre nos mantermos atentos e vigilantes para o que já nos fez recuar ou mesmo perder.
São os alertas da nossa alma que tem por finalidade proteger nosso espírito de uma vida sem evolução, mas também é nela que ficam todas as nossas passagens por muitos sentimentos que ao longo da vida foram experimentados e na alma ficam interiorizados para nos mostrar, nos capacitar e nos ensinar em como dar o próximo passo sem que tenhamos que novamente passar pela mesma situação as que não mais nos faz avançar e sim nos desfaz em uma nova prisão de sensações de dor...

A alma traz em si seus substantivos de vida e eles é que nos torna quem somos.

Falemos então dos substantivos da alma...
Aqueles que nos faz passar pela vida e deixar que a vida nos marque e que também deixaremos nossa marca.

Substantivos da alma em contos da vida.

sábado, 10 de setembro de 2011

O templo da alma



O templo da alma
Na contemplação da Natureza, sempre encontramos a paz, na observação de detalhes que chamam nossa atenção, quando nos dispomos a entender as dádivas da vida em tudo o que nos cerca... Olhando o horizonte azulado, neste entardecer de luzes e cores, numa renovação constante, demonstrando-nos que nada é estático na Natureza e que este dinamismo sublime exemplifica para todos nós o incessante apelo às mudanças benéficas ao nosso crescimento espiritual.

Prosseguir sempre, encorajados pela fé e pelo conhecimento espírita, mesmo que a dor ou a enfermidade nos limitem as possibilidades de avançar com a mesma intrepidez que desejaríamos. O importante é não permitir que o sofrimento nos intimide ou a dificuldade perturbe nossa compreensão das leis divinas para assim podermos continuar vivenciando o amor e exercitando o perdão sempre que causas externas e humanas dificultarem nossa caminhada.

Na mesma proporção que buscamos o entendimento maior dentro de nós mesmos, não retendo mágoas nem desenganos, auferindo nossos valores morais através das lutas e das dores aflitivas, começamos a compreender melhor os outros companheiros de nossa jornada redentora, a entender com mais ampla acuidade o que nos cerca, o meio em que vivemos, e notamos com maior interesse a beleza do mundo, quando a Natureza se apresente aos nossos olhos tão intensamente bela, convidando-nos a reflexões mais profundas e à gratidão a Deus.

Quantas vezes nos quedamos em cismares e dúvidas ante o futuro que nos aguarda?
Quantas vezes, ainda, deixamos o desalento se apossar de nossas almas?
Não é fácil, manter a coragem e a fé perante a dor que vergasta nossa alma, turvando nossos pensamentos e impedindo-nos de discernir, de manter a lucidez...

Mesmo assim, lutando contra o pessimismo e a descrença, que são ácidos corrosivos da alma, teremos que buscar na prece a força para prosseguir e nos manter atuantes no bem, sem o que nossa dor será maior e mais sentida.

Ninguém poderá nos dar esta compreensão maior senão nós mesmos. Se já temos a bênção do entendimento das leis divinas, sustentados pela fé, buscaremos no templo de nossa alma as luzes que nos clarificam o Espírito e suavizam nossos sentimentos mais íntimos.

Não nos importa a solidão imposta pelos que não caminham conosco, paralisados pela ingratidão e receosos de participarem de nossas vidas em momentos assim de dores e dificuldades...

Eles caminham mais lentamente ou se deixaram ficar no vale das incertezas e das paixões fugazes.

Quando identificamos os valores da alma e somos enriquecidos por esta compreensão maior, podemos adentrar com mais facilidade os recônditos de nosso ser, iluminados pela fé e alimentados pelo trabalho do bem, sempre dispostos a ajudar e a compreender as fragilidades humanas, porque já nos avaliamos com sinceridade e sabemos de nossas imperfeições morais e dificuldades interiores.

Por isso sofremos, choramos e nos debatemos ante as perdas e as dores do caminho... Entretanto, não nos detemos mais.

Em belíssima mensagem, Emmanuel nos ensina:

A solidão com o serviço aos semelhantes gera a grandeza.
A rocha que sustenta a planície costuma viver isolada e o Sol que alimenta o mundo brilha sózinho.
Não te canses de aprender a ciência da elevação.1

Sempre que leio esta página do nobre Benfeitor, a qual se chama "Solidão", fico pensando na grandeza deste Espírito que nos legou mensagens tão significativas, tão oportunas, que nos acompanham desde longos anos, sem perder sua valiosa ajuda, como suporte e orientação em nossas vidas. E aprender a ciência da elevação, como nos recomenda, acredito ser, para todos nós espíritas - Espíritos imperfeitos e devedores - o exercício constante do amor e do perdão nas lutas de cada dia, no enfrentamento dos problemas que nos afligem, na caridade do esquecimento de nossas dores para aliviar a dos que chegam até nós sedentos de paz, aflitos e cansados, por desconhecerem o que já amealhamos em contato com a riqueza da Doutrina Espírita.

Por ser pouco conhecida e ainda menos entendida, infelizmente, pela maioria dos homens, é dever nosso prosseguir estudando seu conteúdo e exemplificando os valores com que ela nos beneficia, para assim eriquecermos cada vez mais o templo de nossa alma, nosso refúgio sagrado, onde nos reabastecemos através da prece e dos sentimentos enobrecidos, conquistados na exemplificação do amor e da caridade.

Neste recanto sublime, encontraremos a paz e o convite de Jesus, que fala ao nosso coração, dulcificando-nos as nossas emoções. Um sentimento profundo de gratidão nos envolve o ser. Podemos, então, repetir com o apóstolo Paulo: “[...] o amor do Cristo nos constrange [...]” (2 Coríntios, 5:14).

Quando Jesus adentra o santuário de nossa alma, tudo se transforma em nosso interior e em torno de nossas vidas, porque os valores se modificam, a visão se nos alarga, e mesmo sofrendo as injunções expiatórias, mesmo trazendo as imperfeições morais de que ainda somos portadores, sabemos que estamos caminhando na direção dele, alimentados
pela fé e pelo amor, confiantes em que estamos buscando a transformação moral para sanear nossa consciência e ampliar nossa sensibilidade ante a grandeza da vida imperecível.


- Lucy Dias Ramos -

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