A descrição da alma

Alma...
A expressão da alma é a certeza da vida em espírito, a que nos dá movimentos para circular por entre a vida e as experiências que ela nos proporciona.
É na alma que ficam registrada todas as nossas sensações e aprendizados.
Passamos pela vida sabendo que tudo que nos ocorre nos ensina e nos compele para avançarmos e de um modo natural, procuramos sempre nos mantermos atentos e vigilantes para o que já nos fez recuar ou mesmo perder.
São os alertas da nossa alma que tem por finalidade proteger nosso espírito de uma vida sem evolução, mas também é nela que ficam todas as nossas passagens por muitos sentimentos que ao longo da vida foram experimentados e na alma ficam interiorizados para nos mostrar, nos capacitar e nos ensinar em como dar o próximo passo sem que tenhamos que novamente passar pela mesma situação as que não mais nos faz avançar e sim nos desfaz em uma nova prisão de sensações de dor...

A alma traz em si seus substantivos de vida e eles é que nos torna quem somos.

Falemos então dos substantivos da alma...
Aqueles que nos faz passar pela vida e deixar que a vida nos marque e que também deixaremos nossa marca.

Substantivos da alma em contos da vida.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Lâmpadas e Inteligências


As lâmpadas servem para iluminar. Para isso, são dotadas de potências de iluminação diferentes.
Há lâmpadas de 60 watts, de 100 watts, de 150 watts... Esse número em watts diz o poder de iluminação da lâmpada.
Também as inteligências servem para iluminar.
Nos gibis, o desenhista, para dizer que um personagem teve uma boa ideia, desenha uma lâmpada acesa sobre a sua cabeça.
As inteligências, à semelhança das lâmpadas, também têm potências de iluminação diferentes.
Os homens inventaram testes para medir a “wattagem” das inteligências.
Ao poder de iluminação das inteligências deram o nome de “QI”, coeficiente de inteligência.
As inteligências não são iguais. Pessoas a quem os testes inventados pelos homens atribuíram um QI 200, têm um poder muito grande para iluminar.
Alguns, para se gabar, chegam a mostrar sua carteirinha, dizendo que sua inteligência tem uma “wattagem” alta.
Mas, nós não olhamos para as lâmpadas. As lâmpadas não são para serem vistas. As lâmpadas valem pelas cenas que iluminam e não pelo brilho.
Olhar diretamente para a lâmpada ofusca a visão.
Há inteligências de “wattagem” 200 que só iluminam esgotos e cemitérios. E há inteligências modestas, como se fossem nada mais do que a chama de uma vela, que iluminam sorrisos.
Uma lâmpada não tem vontade própria. Ela ilumina o objeto que o seu dono escolhe para ser iluminado.
A inteligência, como as lâmpadas, não tem vontade própria. Ela ilumina os objetos que o coração do seu dono determina que sejam iluminados.
A inteligência de quem ama dinheiro ilumina dinheiro, a inteligência dos criminosos ilumina o crime, a inteligência dos artistas ilumina a beleza.
A inteligência é mandada. Só lhe compete obedecer.



Rubem Alves


* * *




As considerações luminosas de Rubem Alves nos fazem pensar um pouco a respeito de como estamos utilizando este grande instrumento que temos - a inteligência.

O que temos iluminado com ela? O que temos feito desta grande habilidade da qual dispomos?

Allan Kardec deixa claro que a inteligência nem sempre é penhor de moralidade, e o homem mais inteligente pode fazer um uso pernicioso das suas faculdades.

Assim, ter uma inteligência avantajada não significa ser um homem de bem, não significa ser uma alma evoluída.

É necessário que essa inteligência esteja sendo canalizada para o bem, para a civilização e aperfeiçoamento da Humanidade.

A mesma inteligência que desenvolve uma arma química pode desenvolver vacinas e remédios.

A mesma inteligência que manipula as leis e as pessoas em benefício próprio, pode ser a inteligência que auxilia, que defende os fracos e oprimidos.

A mesma inteligência das estratégias criminosas de usurpação do dinheiro público pode ser utilizada na reconstrução de cidades, na restituição da dignidade de povos abandonados por interesses materialistas.

Basta que a lâmpada ilumine o que deve iluminar, basta que façamos escolhas acertadas e demos ordens corretas à nossa inteligência.

A inteligência, como as lâmpadas, não tem vontade própria. Ela ilumina os objetos que o coração do seu dono determina que sejam iluminados.


Redação do Momento Espírita com base no texto Variações sobre a inteligência,
do livro O sapo que queria ser príncipe, de Rubem Alves, ed. Planeta. Em 28.08.2009.

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