A descrição da alma

Alma...
A expressão da alma é a certeza da vida em espírito, a que nos dá movimentos para circular por entre a vida e as experiências que ela nos proporciona.
É na alma que ficam registrada todas as nossas sensações e aprendizados.
Passamos pela vida sabendo que tudo que nos ocorre nos ensina e nos compele para avançarmos e de um modo natural, procuramos sempre nos mantermos atentos e vigilantes para o que já nos fez recuar ou mesmo perder.
São os alertas da nossa alma que tem por finalidade proteger nosso espírito de uma vida sem evolução, mas também é nela que ficam todas as nossas passagens por muitos sentimentos que ao longo da vida foram experimentados e na alma ficam interiorizados para nos mostrar, nos capacitar e nos ensinar em como dar o próximo passo sem que tenhamos que novamente passar pela mesma situação as que não mais nos faz avançar e sim nos desfaz em uma nova prisão de sensações de dor...

A alma traz em si seus substantivos de vida e eles é que nos torna quem somos.

Falemos então dos substantivos da alma...
Aqueles que nos faz passar pela vida e deixar que a vida nos marque e que também deixaremos nossa marca.

Substantivos da alma em contos da vida.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Incapacidade de Ouvir



É difícil escutar bem. Não só por auto-suficiência, mas ainda por estarmos tão metidos nas próprias coisas, que acabamos caindo no monólogo. Só nos ouvimos a nós mesmos.

Perguntaram a Demóstenes qual a razão de os homens terem dois ouvidos e só uma língua, ao que o famoso orador grego respondeu:

- Porque devemos escutar mais do que falar. Talvez tenha sido esse o motivo pelo qual Deus nos fez assim. Não obstante, o homem, com freqüência, viola a ordem natural das coisas.

Tanto é assim que Oscar Wilde fez certa ocasião a experiência. Ao chegar atrasado a uma reunião social, desculpou-se com a anfitriã nestes termos:

- Queira perdoar o meu atraso, mas acontece que acabei de matar a minha sogra e tive de enterrá-la. Ao que a dona da casa respondeu:
- Oh, não se preocupe. O importante é que o senhor tenha vindo.

Dentro desta incapacidade geral para escutar, devemos ressaltar como ainda mais pronunciada e grave, a incapacidade para escutar aquelas coisas que deveriam servir-nos para o conhecimento próprio: as críticas, bem-intencionadas, e sobretudo os conselhos dos que nos querem bem.

Ficamos presos ao nosso mundo interior, melhor, a um falso mundo interior. Há os que pensam, mas pensam errado, não por não se analisarem, mas porque caem no excesso de imaginação, na auto-contemplação ou na auto-compaixão. São os homens dos sonhos ou dos ressentimentos, que parecem estar sempre chegando da lua ou vivem falando das injustiças que os outros lhes fazem.

Esses homens falsa e obsessivamente interiorizados não chegam sequer a ouvir o que os outros lhes têm a dizer. Ou, se o fazem, escutam tudo acomodado às suas categorias subjetivas e rarefeitas.

Este egocentrismo limita o conhecimento próprio. Pessoas ensimesmadas perdem o valioso contributo que lhes podia vir de fora, e isolam-se por detrás de uma imagem ideal de si próprias que as protege, ao mesmo tempo, que as esteriliza.


Autor: Malvar Fonseca
Livro Conhecer-se

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